A voz como instrumento de trabalho





Boa Noite! No mês de maio, eu escrevi e publiquei um artigo no Jornal Alumiar. Este artigo já contava com mais de 200 visualizações. Infelizmente, o site foi invadido e o artigo não pode ser acessado no momento. Então, reproduzo na íntegra, o artigo publicado:

A voz humana é uma verdadeira amostra de nossa personalidade, de nossas emoções e sentimentos. É através dela que exercitamos a linguagem falada e temos a possibilidade de utilizar palavras, cantar, rir, chorar...

Muitas vezes nem é a palavra que comunica, é a própria voz. Porém, utilizamos a voz de maneira tão automática que muitas vezes nem percebemos. Um exemplo: é comum telefonarmos para alguém e com um simples “alô”, já conseguimos notar ou supor se a pessoa está desanimada ou alegre, fechada ou mais receptiva, se é criança ou adulto, se é homem ou mulher. Quanta informação, não é mesmo? Conseguimos até perceber se a pessoa acabou de acordar! Aí dizemos: “Desculpa, eu te acordei?” e quase sempre respondem “Não, imagina, eu já estava acordado!”. É meus amigos, mas a nossa voz reflete o nosso estado físico e emocional. Ela é pura e verdadeira comunicação!

Muitas pessoas têm a voz como o seu principal instrumento de trabalho. É o caso dos cantores, atores, repórteres, radialistas, operadores de telemarketing, políticos, professores...e tantos outros mais. E você, utiliza a voz no seu trabalho? Segundo dados da Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) mais de 70% da população ativa têm na voz o instrumento de trabalho mais exigido, mesmo que ela não seja o foco de suas atividades.

A ABLV ainda estima que 2% dos professores brasileiros (cerca de 25 mil professores) serão afastados de suas funções por problemas de voz (na laringe e pregas vocais), caso providências preventivas e terapêuticas não sejam tomadas.

A disfonia (problema de voz) pode se manifestar por rouquidão, cansaço ao falar, falhas na voz, ardência na garganta, dor ao falar, falta de volume e projeção, entre outros sintomas. Também pode se manifestar por meio de lesões nas pregas vocais. Uma das lesões mais conhecidas é o nódulo vocal (muito conhecido como “calo na corda vocal”).

Vários estudos apontam que o professor é um dos profissionais mais afetados pela disfonia e há uma série de fatores que contribuem para este dado: salas com acústica ruim, muitos alunos por sala, falta de orientação a respeito do uso da voz, fatores emocionais como stress e depressão (lembre-se que a voz reflete nossas emoções), além da baixa remuneração, o que leva a longas jornadas de trabalho e consequente uso abusivo da voz.

Seria muito importante que a orientação a respeito do uso da voz fosse oferecida ao professor ainda durante a sua formação profissional, pois a voz continua sendo o principal recurso didático de um professor.

As pregas vocais são as principais estruturas envolvidas na produção vocal e são constituídas de músculo e mucosa. Como qualquer outro músculo do corpo, eles se “cansam”, ou seja, podem entrar em fadiga e também envelhecem (perdendo a tonicidade com o passar dos anos). Exercícios de voz podem tornar estes músculos mais resistentes e até mesmo prevenir lesões. É o caso dos exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal, muito importante para aqueles que utilizam a voz intensamente, já que produzir voz é sinônimo de trabalho muscular. Se quisermos fazer uma comparação, é só lembrar dos atletas se preparando para uma competição ou treino: antes de iniciar, eles costumam exercitar os músculos através de movimentos específicos (aquecimento) e após o término do esforço muscular eles costumam fazer movimentos para relaxar os músculos (desaquecimento). E quem utiliza a voz no trabalho pode ser considerado um verdadeiro “atleta da voz”.

Na área de voz, o fonoaudiólogo é o profissional responsável por adequar a função vocal, a maneira como a voz é produzida. Esta atuação pode ser preventiva, de aprimoramento ou de reabilitação. O trabalho fonoaudiológico é realizado basicamente por meio de exercícios de voz e orientações, de acordo com as particularidades de cada caso.

Vamos ficar mais atentos à voz, afinal, como disse um dos maiores músicos de nosso país, Tom Jobim: “A voz humana é o instrumento mais rico que há.”

Comentários

  1. Silvia, adorei que você montou um blog sobre Fonoaudiologia, viu!
    Meio que deveria ser obrigatório ter um fono em todas as escolas, faculdades para assessorar os professores.
    Serei leitora assídua e vou fazer propaganda. Heheh
    BJU

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  2. Oi Ju!
    Que bom que vc gostou!
    Obrigada pelo apoio!

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  3. Oi Silvia, bem interessante esse seu artigo!!! atendo muitos professores...parabéns!!!
    Samy

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  4. Olá Silvia! Que bom encontrar um blog sobre Fonoaudiologia na web,pois temos carência de informações adequadas na tua área. Sou professora de Educação Física e com certeza passarei a ser visitante frequente do teu blog, pois quero adquirir mais informações sobre a voz, a qual tenho maltratado muito!!!Parabéns pela iniciativa!!! Abraços

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